domingo, 6 de fevereiro de 2011

As tendências trazidas pelas grifes internacionais que desfilaram em Paris e Milão

Há bem pouco tempo, a moda masculina era conhecida pela monotonia de cores, modelos sempre tradicionais e pouquíssimas inovações. Isso porque os homens dificilmente aceitavam mudanças radicais do vestuário. O que acontece agora é que eles se tornaram mais vaidosos e exigentes, e buscam diferenciar o visual agregando mais cores, modelagens e acessórios, pelo menos fora do Brasil.
Nos desfiles masculinos que aconteceram em Paris e Milão, na temporada de primavera verão 2010 2011, o tradicional terno de duas peças praticamente não foi visto. E seu acessório emblemático, a gravata, também passou um pouco longe das passarelas. Apareceu com mais frequência, como era esperado, em marcas que fazem gravatas de luxo, como Hermès e Lanvin, mas bem menos nas coleções de outros designers, que optaram por echarpes, chapéus e óculos para complementar os looks.


“As roupas dos homens agora são tão inventivas quanto aquelas feitas para as mulheres”. Foi o que disse Didier Grumbach, o poderoso da Federação de Alta Costura em Paris. Ele ainda afirmou que, cada vez mais, os homens estão prontos para assumir os riscos; existem muitos outros itens aceitáveis além dos ternos de sempre.


Com a indústria do luxo preocupada com a crise econômica, os designers mais importantes misturaram e combinaram jaquetas e calças com uma variedade coletes e até mesmo camisetas, colocando o contraste na vestibilidade e durabilidade.


Os designers Dutchman Lucas Ossendrijver e Israeli Alber Elbaz, da Lanvin, afirmaram que a inspiração veio das ruas, da análise do que os homens querem vestir. A coleção, segundo eles, é disforme, para homens que eles conhecem e gostam de vestir. “Um dia você veste algo clássico, no outro, uma camiseta – não há uniforme”. Foi o que afirmou Ossendrijver, e é exatamente o que foi visto na maior parte das coleções da temporada de verão 2011. A Louis Vuitton, por exemplo, lançou uma coleção inspirada nos mensageiros que se locomovem em bicicletas. A funcionalidade é o principal elemento, e veio em forma de jaquetas curtas e calças com função de proteger.


Jaquetas sem mangas, mais curtas, coletes, calças com o cós mais baixo e em modelagem harém foram populares em quase todos os desfiles. Sobreposições de peças em cima de camisas, túnicas ou camisetas de diferentes comprimentos foram bastante comuns.

As calças vieram em todos os comprimentos e formas, bem como shorts e bermudas – acima dos tornozelos para mostrar os sapatos, com a barra virada, slim, baggy e mais soltas e confortáveis. Na verdade, anos de dominação da silhueta skinny parecem estar terminando, principalmente quando a Dior Homme, que sempre trabalhou com shapes slim, veio com formas mais amplas.



Mas as formas mais ajustadas também tiveram seu espaço, principalmente nos desfiles de Milão. A silhueta por lá era mais próxima do corpo e bastante firme. Os ombros eram definidos enquanto as calças eram ajustadas, geralmente mais curtas. A estação quente traz mais pele à mostra, como nas coleções de Roberto Cavalli, Dolce & Gabbana e Versace. Ela vem tanto por meio de recortes e decotes, quanto através das transparências.



Até mesmo Giorgio Armani se rendeu ao conforto do vestuário urbano. Trouxe sua alfaiataria impecável em tons de cinza, mas também apostou em jaquetas e calças mais casuais, colocando até mesmo um pouco de cor, como o laranja.


As cores, aliás, apareceram com frequência para o verão 2011 dos homens. O vermelho, princialmente. Apareceu flamejante nos ternos para a noite da Gucci e brilhante nos ternos, tops e calças de Dirk Bikkembergs. A Bottega Veneta misturou tons que levam variantes dessa cor – al’m do vermelho em si, roxo, rosa e laranja em tie-dye em jaquetas risca-de-giz. A Burberry de Cristopher Bailey inseriu no outerwear cores que vão dos tons mais escuros aos pastéis. No entanto, é claro que o preto e o branco continuam tendo lugar garantido em todas as coleções.


O denim também apareceu bastante nos desfiles masculinos para o verão 2011. Surgiu em toda a coleção da Dolce & Gabbana e foi o material-chave da linha “Cowboy Britânico” da D&G. Veio em calças, camisas e patchworks, às vezes com bordados e tachas. A dupla de designers misturou o jeans com o veludo dos paletós, gravatas e gravatas borboleta. Na Armani o jeans veio escuro, e combinado com um smoking na Bottega Veneta.

No que diz respeito aos acessórios, as bolsas apareceram em diferentes formatos e tamanhos, enquanto os sapatos, em sua maioria, tinham bicos arredondados ou eram tênis. Os designers também usaram muitos óculos de sol.


A principal tendência do verão 2011 para os homens é a mistura da alfaiataria com peças casuais e acessórios mais esportivos. É possível notar que, aos poucos, a moda masculina vem se adaptando e aceitando melhor as mudanças, pelo menos nos desfiles internacionais. E no Brasil, será que essa moda pega?


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