Há bem pouco tempo, a moda masculina era conhecida pela monotonia de cores, modelos sempre tradicionais e pouquíssimas inovações. Isso porque os homens dificilmente aceitavam mudanças radicais do vestuário. O que acontece agora é que eles se tornaram mais vaidosos e exigentes, e buscam diferenciar o visual agregando mais cores, modelagens e acessórios, pelo menos fora do Brasil. Nos desfiles masculinos que aconteceram em Paris e Milão, na temporada de primavera verão 2010 2011, o tradicional terno de duas peças praticamente não foi visto. E seu acessório emblemático, a gravata, também passou um pouco longe das passarelas. Apareceu com mais frequência, como era esperado, em marcas que fazem gravatas de luxo, como Hermès e Lanvin, mas bem menos nas coleções de outros designers, que optaram por echarpes, chapéus e óculos para complementar os looks. |
Os designers Dutchman Lucas Ossendrijver e Israeli Alber Elbaz, da Lanvin, afirmaram que a inspiração veio das ruas, da análise do que os homens querem vestir. A coleção, segundo eles, é disforme, para homens que eles conhecem e gostam de vestir. “Um dia você veste algo clássico, no outro, uma camiseta – não há uniforme”. Foi o que afirmou Ossendrijver, e é exatamente o que foi visto na maior parte das coleções da temporada de verão 2011. A Louis Vuitton, por exemplo, lançou uma coleção inspirada nos mensageiros que se locomovem em bicicletas. A funcionalidade é o principal elemento, e veio em forma de jaquetas curtas e calças com função de proteger. |
Mas as formas mais ajustadas também tiveram seu espaço, principalmente nos desfiles de Milão. A silhueta por lá era mais próxima do corpo e bastante firme. Os ombros eram definidos enquanto as calças eram ajustadas, geralmente mais curtas. A estação quente traz mais pele à mostra, como nas coleções de Roberto Cavalli, Dolce & Gabbana e Versace. Ela vem tanto por meio de recortes e decotes, quanto através das transparências. |
Até mesmo Giorgio Armani se rendeu ao conforto do vestuário urbano. Trouxe sua alfaiataria impecável em tons de cinza, mas também apostou em jaquetas e calças mais casuais, colocando até mesmo um pouco de cor, como o laranja. |
As cores, aliás, apareceram com frequência para o verão 2011 dos homens. O vermelho, princialmente. Apareceu flamejante nos ternos para a noite da Gucci e brilhante nos ternos, tops e calças de Dirk Bikkembergs. A Bottega Veneta misturou tons que levam variantes dessa cor – al’m do vermelho em si, roxo, rosa e laranja em tie-dye em jaquetas risca-de-giz. A Burberry de Cristopher Bailey inseriu no outerwear cores que vão dos tons mais escuros aos pastéis. No entanto, é claro que o preto e o branco continuam tendo lugar garantido em todas as coleções. |
O denim também apareceu bastante nos desfiles masculinos para o verão 2011. Surgiu em toda a coleção da Dolce & Gabbana e foi o material-chave da linha “Cowboy Britânico” da D&G. Veio em calças, camisas e patchworks, às vezes com bordados e tachas. A dupla de designers misturou o jeans com o veludo dos paletós, gravatas e gravatas borboleta. Na Armani o jeans veio escuro, e combinado com um smoking na Bottega Veneta. No que diz respeito aos acessórios, as bolsas apareceram em diferentes formatos e tamanhos, enquanto os sapatos, em sua maioria, tinham bicos arredondados ou eram tênis. Os designers também usaram muitos óculos de sol. |
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