A moda masculina oferece elementos previsíveis de alfaiataria e estilo com editores frequentemente hostilizando opiniões sobre “seguro demais” ou “impossível de vestir”, mas a temporada de primavera verão 2010 2011 estabeleceu uma guinada interessante nas tendências, que traz uma variedade de homens, dos “famintos por moda” aos mais conservadores, e elementos que vão atualizar o guarda-roupa de todos eles.
Brilhos intensos, peças fundamentais com transparências em camadas e mudanças interessantes nos looks militares clássicos – tudo prevaleceu de forma suprema. Aqui estão as nuances ímpares que incrementaram a moda masculina do verão 2011.
SEM MANGAS
A Versace, por Alexandre Plokhov, concentrou sua coleção inteira na ideia de leveza, que trouxe elementos mais delicados aliados a mais pesados, acrescentando um ar esportivo. Alessandro Sartori usou um pouco de inspiração dândi na Z Zegna, com chapéus para acompanhar as calças skinny. A Maison Martin Margiela ofereceu um arranjo floral em forma de bordados e cortes a laser, enquanto a Prada, com seus homens sem camisa, trouxe uma alfaiataria com uma imagem mais sexy.
TRANSPARÊNCIA Rick Owens se inspirou em “American Thug” para sua homenagem ao homem “durão” por meio do denim desconstruído e silhueta baggy, combinada com camisetas transparentes. A coleção de Raf Simon, de Jil Sander, tinha beleza nos detalhes das sobreposições de seus decotes em V com casacos azuis. A Calvin Klein deu ares esportivos à coleção; Italo Zuchelli fez isso usando malhas, parkas e mangas transparentes. Ele falou mais sobre o aspecto tecnológico dos tecidos versus linhas ou formas que esses têxteis são capazes de criar. The Individualist trouxe uma nova coleção desenvolvida por Luise e Franck, que acrescentou uma simples camiseta de manga longa transparente, com peças mais estruturadas e modernas. Já Tim Hamilton preferiu utilizar uma parka branca transparente. |
CORES VIVAS As cores reinaram nas passarelas internacionais de primavera verão 2010 2011, deixando um pouco de lado os cinzas e marrons de sempre, pelos quais a moda masculina se tornou famosa. Paul Smith chocou o público com um look em laranja da cabeça aos pés. A coleção de Tomas Maier para a Bottega Veneta usou uma aproximação um pouco mais realista, com toques sofisticados de cor, como vermelho, em toda a sua alfaiataria impecável. Massimiliano Giornetti descobriu os vermelhos na grife Salvatore Ferragamo, e combinou-os com chapéus no estilo fedora. Quando a cor aparece na Calvin Klein, ela vem forte, com azuis elétricos. Alber Elbaz manteve-se em uma inclinação casual para as cores com ternos em verde, laranja, vermelho e roxo para a linha masculina da Lanvin. Mas algo aconteceu na Louis Vuitton, onde Paul Helbers utiizou o amarelo em polos, leggings, blazeres e sapatos, combinados com ternos curtos, que saturavam o look da cabeça aos pés com a mesma cor. |
LEGGINGS Sim, exatamente! Leggings para homens. Mas ela não é usada da mesma forma que na moda feminina – a legging masculina é vestida em sobreposições. A Louis Vuitton, com um tema biker, colocou-as sob shorts, e deu a elas um aspecto um pouco mais largo. A Cheap Monday usou a peça de maneira mais moderna, como um novo grunge, inserindo rasgos e acid washes. Kris Van Assche apresentou as leggings também, mas o resto da silhueta era tão longo que ficava difícil de percebê-las sob as bermudas. Na Givenchy, Ricardo Tisci fez as leggings há dois anos, e introduziu a peça novamente na coleção, usando elementos em branco e preto e estampas. Mas foi Mihara Yasuhiro que produziu a versão mais fácil de vestir para a tendência das leggings, fazendo-as mais para um rapaz viajante que urbano. |
MILITARISMO Essa tendência foi utilizada sem referências literais. A Odeur camuflou seus modelos e deixou-os ainda um pouco de areia. Petter Hollströme e Gorjam Lauseger criaram uma espécie de nômade que quase ecoou a ideia de um soldado moderno voltando para casa. Os casacos estruturados de abotoadura dupla com calças jodhpur de Neil Barrett poderiam ter sido trabalhados em Casablanca. As peças cáqui da Bottega Veneta era menos estruturadas, mas tinham elementos de cores africanas com silhuetas inspiradas no exército clássico. John Galliano, no entanto, colocou na passarela guerreiros prontos para conquistar novos territórios. Sua coleção estava cheia de blazeres curtos, trench coats e coletes. E quem não gostaria de vestir aquelas calças cargo confortáveis? A mistura do militar com padronagens florais deu ao homem um mix de inovação e desmazelo. |
Nenhum comentário:
Postar um comentário